Você é justo consigo mesmo? Qual é a importância de sermos justos com nós mesmos?
Em nosso post de hoje iremos refletir sobre um ato que afeta a vida de qualquer pessoa em diversas áreas de sua vida, sendo este, o ato de ser justo.
Dessa forma, esclareceremos a sua importância e o como este pode nos afetar de forma negativa ou positiva, uma vez que quando não somos justos com nós mesmos e com os outros passamos a julgar aquilo que não nos acomete.
Ao passo que, quando paramos para refletir de forma justa sobre as nossas ações, passamos a olhar para a nossa vida de outra maneira, de modo que as escolhas se tornam mais coerentes.
Desse modo, para que possamos iniciar a nossa conversa de hoje e entender melhor como o ato de ser justo pode influenciar a nossa vida de diversas formas, primeiramente, falaremos sobre uma postura que muitas pessoas assumem com relação aos outros, deixando se der justas consigo mesmas e com os outros, sendo esta, a postura julgadora, também conhecida por “posição de juiz”.
Sabemos que o ato de julgar não é algo saudável à vida do ser humano. Logo, devemos dar atenção aos malefícios causados por esse tipo de postura.
Os malefícios em se colocar na posição de juiz
Você já parou para pensar que muitas pessoas, na maioria das vezes, assumem o papel de juízes? São sujeitos que a todo o momento têm o intuito de julgar o próximo. É quase como se fosse parte da natureza humana.
Podemos citar alguns exemplos: as pessoas julgam as outras que estão na rua, os parentes, os amigos, os vizinhos, os chefes e colegas de trabalho.
São indivíduos que acreditam que têm respostas para tudo e, como acreditam que são detentores de tal verdade, de todas as respostas, assumem esse papel de juízes.
No entanto, para início de conversa, é válido destacarmos que a própria Bíblia já nos diz: não julgueis para que não sejais julgado, pois à medida em que você julgar, será julgado na mesma proporção.
E, ainda, diz que: antes de julgar “tire o cisco de seu próprio olho”, pois, antes de julgar ao outro, é preciso que olhe para si mesmo. Mas porque devemos olhar para nós mesmos? Pense conosco!
Exercício de olharmos para nós mesmos
Embora estejamos frisando a importância de olharmos para nós mesmos antes de julgarmos uma pessoa, devemos esclarecer que esse exercício, na verdade, é muito difícil. Na verdade, é uma missão tão difícil que se torna impossível de ser cumprida. Não conseguimos parar de olhar o outro e julgá-lo.
Contudo, à medida que passamos a olhar a nossa vida com essa ótica, entendemos a nossa própria essência. Sendo assim, considerando o mandamento supremo: “amai a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo”, à medida em que você passa a praticar o autojulgamento e a ser uma pessoa justa, perceberá que sozinho não conseguirá chegar a esse patamar.
Somos acometidos por uma série de mazelas, de modo que precisamos da ajuda divina para superarmos tais problemas. Esse exercício é necessário para que sejamos pessoas mais justas e para que nos aceitemos.
Os benefícios em ser uma pessoa justa
A partir do momento em que você se tornar uma pessoa mais justa, quando olhar para o outro, será a partir de um olhar mais empático e respeitoso. Todos serão afetados, desde a sua família até os seus vizinhos, parentes, colegas e amigos, enfim, todos.
Quando olhar para todos aqueles ao seu entorno, perceberá que o amor se tornará algo muito natural em sua vida.
Fará parte da sua essência e abandonará essa posição de juiz. O interesse irá mudar, pois estará mais preocupada em julgar a si mesmo, em analisar a própria vida e em fazer escolhas, que não terá tempo para julgar o próximo.
Com isso, percebemos que o julgamento e a justiça costumam andar juntos. Nesse sentido, para que aprendamos a ser pessoas mais justas, devemos buscar por esse equilíbrio. Pensemos um pouco nas características da pessoa justa.
O que caracteriza uma pessoa justa?
Uma pessoa justa nada mais é do que um sujeito que sabe olhar os outros a partir de uma perspectiva muito mais humana e empática.
Ou seja, não está preocupada em encontrar erros, mas sim em ajudar outras pessoas a se tornarem mais justas consigo mesmas, passando a viver uma vida mais plena.
É um indivíduo que compreende os dois lados da moeda: o ato de julgar e de ser justo, como elementos que devem estar em harmonia.
Assim, um outro aspecto essencial que caracteriza esses sujeitos é a humildade, visto que quando consideram os dois lados dessa moeda, entendem que não são os “donos da verdade”.
Dessa forma, é possível dizer que uma pessoa justa, ao contrário de uma pessoa julgadora, não assume o papel rígido de juiz que deve fazer “justiça”. Esse tipo de pessoa nunca se coloca numa posição de superioridade perante o outro.
Mas, muito pelo contrário, ela sempre tenta se colocar no lugar do outro, além de compreender, ao invés de recriminar. Posto isso, aqui vemos um ato prejudicial à nossa vida: Recriminação.
Como a posição de recriminação se reflete em nossas vidas?
A pessoa que se coloca nesse tipo de situação assume uma postura que se reflete em toda a sua vida. Por exemplo, há sujeitos que apresentam um julgamento negativo em relação às pessoas que possuem tatuagem, mesmo que muitos deles tenham, já tenham tido ou apresentem a vontade de ter uma.
O problema é que, na verdade, todo o preconceito está na cabeça da pessoa, pois algumas questões, aos poucos, são naturalizadas no meio social. No campo da Psicologia, atribuímos um nome a esse processo.
Tem-se a Teoria do Espelho. Nesse caso, temos um indivíduo que não gosta daquilo que enxerga no espelho e que julga aquilo que ele não gosta em si. Com base nessa ideia, compreende-se que, muitas das vezes, julgamos os outros com base em defeitos que vemos em nós mesmos.
A Teoria do Espelho e a capacidade de julgar
Tudo aquilo que observamos no espelho é julgado. Tudo aquilo que não gostamos também passa por esse julgamento. Temos essas questões alimentadas dentro de nós.
Entretanto, quando a pessoa busca ser justa consigo mesma, esta reduz cada vez mais essa capacidade de julgar aquilo que não importa.
São sujeitos que se tornam menos egocêntricos e mais empáticos, respeitosos e humildes.
Por outro lado, o perfil oposto é representado pelas pessoas que acham que são os donos da verdade. No entanto, Deus não nos colocou no mundo para que sejamos juízes.
Aquelas pessoas que têm essa competência como profissão estudam muitos anos para isso. Em nosso país, quem tem essa função de julgar são aqueles que operam no âmbito do Direito, especialmente os juízes.
São sujeitos que estão nessa posição diária de julgadores. Contudo, não é nosso mérito julgar se algo está ou não correto. O que deve ficar claro é que já existem profissões que exigem essa capacidade de julgar mais acirrada.
Qual é a nossa função?
Nós, enquanto pessoas comuns, não devemos perder tempo desempenhando uma função que não nos compete. Devemos apenas julgar a nós mesmos, para, assim, vivermos uma vida mais coesa e passarmos a fazer escolhas mais corretas.
Além disso, quando entendemos que tudo está sob o domínio e controle de Deus, passamos a viver de forma mais humilde. Ele é o único que pode julgar uma pessoa e/ou situação.
Se ele permitiu que algo lhe acontecesse ou a qualquer pessoa naquele momento, é porque entendeu como correto. Sendo assim, tenha em mente que não somos nós quem devemos permitir ou não uma certa questão ou ainda julgar uma escolha que não nos compete.
Não somos nós quem devemos admitir ou não algo
Não são raros os casos de pessoas que afirmam com convicção que “não aceitam isso ou aquilo”. Porém, não cabe a nós permitir ou não algo que está além do nosso controle. A nossa jornada nesse mundo deve pertencer a nós mesmos.
O principal desafio é que nos tornemos protagonistas de nossas próprias vidas. Nós apenas conseguimos viver de maneira mais plena e feliz quando passamos a trabalhar de forma contínua com a nossa humildade, reduzindo, nesse processo, a nossa capacidade de julgar o que não nos compete.
Nesse contexto, cabe a nós chamarmos a sua atenção para o fato de muitas pessoas desenvolverem patologias e outros transtornos mentais porque não são justas consigo mesmas.
Nesse sentido, não são raros os casos em que nos pegamos nos condenando ou condenando ao próximo sem qualquer tipo de base e como consequência, passamos a viver uma vida que é muito turbulenta e perturbada. Mas porque isso acontece?
A vida turbulenta e perturbada
A partir do momento em que não nos permitimos evoluir e superar essa capacidade de julgar que é muito danosa, a nossa vida passa a ser mais tensa e perturbada.
É uma vida danosa porque o nosso objetivo de vida passa a ser o de condenar, seja a nós mesmos, seja o próximo. E isso acontece justamente porque não conseguimos ser justos.
Isso acontece porque não somos capazes, quando assumimos essa postura, de reconhecer as nossas melhorias e aquilo que é urgente de ser mudado em nós (como o egocentrismo).
Esse tipo de postura faz com que não consigamos compreender a manifestação divina que habita dentro de nós.
Assim sendo, antes de você pensar em julgar e ser justo com a pessoa de fora, aplique isso a si mesmo. Você deve ser o protagonista da sua própria vida. É preciso se entender e trabalhar consigo mesmo antes de pensar no outro e em suas escolhas.
É essencial que reconheçamos que nenhuma pessoa é perfeita!
Todos nós temos falhas
Todos nós cometemos pecados e cabe apenas à Deus o julgamento. A própria parábola já nos aponta: “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”.
Infelizmente, é exatamente isso que acontece o tempo todo: as pessoas estão preocupadas em atirar pedras nas outras pessoas a todo o momento. São sujeitos que passam a vida toda procurando por motivos para condenar o próximo e, além disso, são pessoas que não enxergam a si mesmas.
Julga-se o sistema político, a família, os vizinhos, os colegas de trabalho, os amigos, dentre outros, a todo o momento. O grande erro aqui é que são sujeitos que às vezes ao menos conseguem resolver as suas próprias questões internas.
Nesse processo, muitas pessoas se questionam sobre a existência de Jesus, bem como sobre o seu poder. Associam este tão somente à capacidade de julgar, o que é um grande erro.
Jesus veio ao mundo para condenar as pessoas?
Aqueles mais céticos costumam reproduzir diariamente frases do tipo “Jesus veio ao mundo apenas para julgar e condenar as pessoas pelos seus pecados”. Além disso, são sujeitos que costumam acreditar que a sua missão na Terra é a de julgar a todo o momento.
O que deve ficar claro é que Deus não nos concebe argumentos para que julguemos a ninguém. Ressaltamos aqui que esta capacidade não cabe a nós.
Apenas podemos julgar a nós mesmos, uma vez que somente nós mesmos podemos nos responsabilizar pelos nossos próprios atos cotidianos.
Da mesma forma que não cabe ao outro nos julgar, também não devemos nos apropriar de algo que não nos compete. Sendo assim, o principal desafio que teremos a partir do momento em que assumirmos que não cabe a nós julgar o próximo é a transição para uma postura mais empática, mansa, benevolente, logo, menos egoísta e individualista.
Do mesmo modo, não cabe a nós decidirmos se essa pessoa é ou não mansa. Devemos fazer a nossa parte. Se você ler o Evangelho de Cristo perceberá que ele nos apresenta mecanismos que nos permite refletir sobre questões internas essenciais para que possamos superar essa postura egoísta.
Não são os aspectos externos que devem melhorar, como as leis, os comportamentos e os hábitos externos. Somos nós que devemos mudar. Todos os aspectos positivos e negativos são momentâneos. Devemos nos adaptar a eles.