O que são os níveis do conhecimento e por que devem ser sua prioridade ao longo de toda a sua vida?
Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão de suma importância que afeta todo e qualquer ser humano: os níveis de conhecimento. Você já ouviu falar neles?
Como temos demonstrado, falar sobre o conhecimento não é uma tarefa simples, pois ele está interligado a inúmeros fatores que devem ser compreendidos e articulados com muita cautela, uma vez que estão ligados à própria essência humana.
A fim de que você possa compreender a importância dos níveis de conhecimento, partiremos de uma abordagem teórica e filosófica sobre o conhecimento. Convidamos você a refletir sobre a forma ideal para que possa captar esse conhecimento e aplicá-lo nas mais diversas esferas de sua vida.
Antes de pensarmos em como podemos internalizar esse conhecimento adquirido, é fundamental que você o compreenda.
Este é o primeiro post de uma sequência de reflexões sobre esta temática essencial.
Afinal, o que é o conhecimento?
Não podemos iniciar esta sequência de discussões sem antes refletirmos sobre o que vem a ser o conhecimento. Conhecer algo sempre implica ter contato significativo com algo ou alguém. O conhecimento é fruto desta interação.
Nesse sentido, é preciso buscar conhecer do que se trata uma certa situação ou assunto. Suponhamos que você afirme que conhece a fundo uma cadeira.
É necessário que você saiba o quanto conhece sobre essa cadeira!
Saber quais são as variações dessa cadeira, qual é a sua história, o que diferencia uma cadeira de escritório de uma cadeira que fica em outros cômodos de uma casa, como na sala e/ou na cozinha.
O que diferencia uma cadeira executiva de uma comum, quais são as ergonomias dessa cadeira e outras questões são aspectos que, a depender de sua resposta, irão apontar se conhece ou não essa cadeira. Assim, independentemente do assunto, o conhecimento assume alguns níveis.
O conhecimento literal ou superficial
Na vida, nem todo conhecimento que adquirimos é significativo
Pois, em certos casos, apenas temos o conhecimento literal ou superficial sobre um dado assunto. Esse primeiro conhecimento apenas lhe dará uma base superficial, enquanto o conhecimento profundo caminha pelo viés contrário, pois você será capaz de refletir e aplicar esse conhecimento a situações reais que lhe afetam no dia a dia.
Assim sendo, quanto mais você se interessa por esse conhecimento e investiga a fundo, mais significativo e profundo ele será. A busca por esse conhecimento pode estar atrelada a um objeto, fato, situação, problema, experiência ou vivência, dentre outros.
É diante desse processo que podemos afirmar que existem níveis de conhecimento. Eles estão ligados desde ao conhecimento superficial/literal até o profundo/significativo.
Os níveis de conhecimento nos diversos contextos
Todas as dimensões da vida humana estão ligadas aos níveis de conhecimento. Suponhamos que você queira compreender o que é a energia elétrica e como ela funciona (isto é, como chega em nossas casas, de onde vem, quem criou a energia elétrica, quais são as variações e diferentes entre as fontes geradoras de energia), é preciso buscar pelo conhecimento significativo.
Dito isso, podemos afirmar que, para todos os assuntos, há uma explicação muito profunda, mas, para isso, precisamos buscar por esse conhecimento além do literal. Entretanto, as pessoas, ao longo de sua vida, especializam-se em algumas áreas, visto que o conhecimento é amplo e não se esgota.
Por outro lado, há aqueles indivíduos que não se especializam em nenhuma, pois encontram-se estagnados e satisfeitos com o conhecimento comum, porém, são pessoas que gostam de afirmar que conhecem profundamente os mais diversos assuntos.
Cuidado com as especulações
Muitas pessoas, embora afirmem que conhecem os mais diversos assuntos, apenas são capazes de fazer certas especulações. Assim sendo, apenas têm contato com aquele conhecimento que estamos chamando de superficial.
Isso faz com que essas pessoas apenas consigam produzir discussões rasas, baseadas no senso comum.
Esses indivíduos não são capazes de realizar reflexões profundas. É nesse sentido que afirmamos que o conhecimento é dividido em alguns níveis.
Os níveis do conhecimento estão relacionados ao quanto você conhece sobre cada assunto, comportamento, objeto, fato, situação etc. Suponhamos que você seja especialista em ar:
Saber quais são as variações e diferenças, quais são os gases atmosféricos, o que acontece com o carbono, como a composição do ar afeta o corpo humano, dentre outros detalhes essenciais que são questões fundamentais e irão demonstrar se você conhece, de fato, o assunto.
O conhecimento como “porção de informações”
Podemos fazer uma analogia à “porção” para refletirmos sobre o conhecimento. Ele é dividido em “porções” que nos fazem pensar sobre os mais diversos assuntos que atravessam todas as camadas da sociedade.
Apenas conseguimos pensar com mais profundidade sobre um dado assunto à medida em que nos permitimos aprofundar esse saber. Entretanto, para que possamos tornar esse conhecimento significativo, é preciso que tenhamos contato com esse saber. A nossa missão ao longo da vida, portanto, é a de buscar pela ampliação dessa “porção” de conhecimento.
Com esse conhecimento, você será capaz de refletir de uma forma muito mais profunda sobre os diversos assuntos que afetam a sociedade ao seu entorno. Além disso, conseguirá compreender melhor a si mesmo e as pessoas com as quais têm contato em sua vida cotidiana.
Aumente a sua profundidade de compreensão
Para que o seu conhecimento seja ampliado, é preciso que você se torne capaz de compreender esses assuntos de uma maneira profunda e detalhada. Entretanto, em primeiro lugar, você precisa ser colocado em contato com esse conhecimento significativo. Pensemos em um exemplo.
Você pode afirmar que os exercícios físicos fazem bem para a saúde, porém, a sua argumentação sobre isso pode ou não ser satisfatória, mesmo que seja uma prática bem vista. Apenas replicar o que dizem sobre os benefícios dos exercícios físicos não produz uma reflexão significativa.
É preciso manter em mente o que acontece com o seu corpo e com as suas células em virtude dessa prática, o porquê de ser necessário se exercitar, quais são as diferenças entre os exercícios e os seus principais benefícios para a saúde humana etc. Geralmente, são os especialistas que têm as respostas para essas dúvidas.
Por que é necessário pensar em níveis de conhecimento?
Quando refletimos sobre a importância da profundidade do conhecimento, não há como não pensar nos níveis de conhecimento. Esses níveis estão relacionados à qualidade de suas discussões.
Os níveis do conhecimento também estão ligados a sua capacidade de absorção do conhecimento. Quanto menos superficial, mais significativo será esse conhecimento adquirido. Nesse sentido, convidamos você a refletir sobre uma questão: qual a diferença entre a captação, a compreensão e a internalização do conhecimento?
Embora todos esses aspectos estejam interligados, eles não são a mesma coisa. Começaremos com a captura do conhecimento. A captação desse saber nada mais é do que o momento relacionado ao contato inicial que você terá com esse conhecimento em processo de aquisição. Por exemplo, você sabe como funciona um celular e como ligar a energia porque você captou esse conhecimento com base nas experiências.
A captura do conhecimento
Algumas atividades diárias que realizamos se tornam naturalizadas porque captamos o conhecimento sobre elas, de modo que podemos executar sem grandes problemas, pois já foram fornecidos subsídios gerais sobre o funcionamento dessas atividades diárias.
Assim sendo, de alguma forma, você tem contato prévio com esse conhecimento geral e consegue aplicá-lo às atividades básicas e gerais do dia a dia. Diante disso, o conhecimento adquirido não é profundo, mas sim básico.
Além disso, você tem o conhecimento, mas não significa que ele é produtivo. As pessoas que não sabem como aplicar esse conhecimento também não são capazes de fazer um bom uso.
Você pode ter o conhecimento sobre uma certa função, assunto, situação, entretanto, ele pode ser geral. Isso se dá em virtude do fato de que você captura esse saber, mas não reflete sobre ele. Sem a reflexão esse uso do conhecimento é bastante restrito, básico e superficial.
A falta de replicação do conhecimento
Diante desse cenário que apresentamos, percebemos que a maior parte das pessoas fazem uso do conhecimento, mas, por não refletirem sobre ele, não replicam de maneira produtiva.
Muitas pessoas falam sobre algo sem que tenham dimensão desse conhecimento e das reflexões que ele pode provocar. O que ocorre é que todos nós temos contato com diversas informações todos os dias, uma vez que elas são geradas com certa agilidade, porém, não são todas as pessoas que sabem fazer uso desse conhecimento e utilizá-lo de maneira estratégica.
Apenas absorver essa informação não fará com que você consiga ser emancipado com esse saber. É muito comum que as pessoas saiam falando sobre coisas que ao menos compreendem.
Isto ocorre porque partem dos achismos relacionados a esse conhecimento adquirido, porém, os achismos e o senso comum não fará de você um sujeito reflexivo acerca do mundo ao entorno.
O que acontece quando não refletimos?
Com base em nossa experiência, temos percebido que diversas pessoas têm alguns problemas em virtude da incapacidade de refletir sobre ações e comportamentos. Sem a reflexão, esse sujeito acaba criando problemas para si: cria-se uma situação ou um objeto inanimado e, de certa forma, algo mítico, que impede esse sujeito de pensar racionalmente sobre o problema que o afeta.
Nesse sentido, as pessoas acabam criando uma realidade que apenas existe no plano da mente, porém, não consegue se libertar dessa situação, o que restringe as suas possibilidades nas mais diversas camadas da vida em sociedade.
Assim sendo, podemos afirmar que grande parte dessas criações irreais estão relacionadas com a incapacidade desse sujeito de refletir sobre as situações que os afetam. Esses sujeitos apenas conhecem os assuntos de maneira rasa e, dessa forma, não conseguem, de fato, conhecer e internalizar esse conhecimento.
Problemas oriundos da captação passiva do conhecimento
Sem a reflexão, a captação do conhecimento para no plano superficial, de modo que o indivíduo não consegue compreender, internalizar e aplicar esse conhecimento às situações reais.
Assim sendo, o grande desafio do ser humano é migrar de um nível de conhecimento básico, literal, para o profundo, reflexivo, crítico, o que demanda muitas leituras, reflexões e articulação desse conhecimento.
É apenas dessa forma que o sujeito se torna capaz de compreender. Por outro lado, compreender, que seria um segundo nível do conhecimento, não significa que conseguirá aplicar esse saber.
Pensemos de novo no exemplo do exercício físico. Nós sabemos que é algo importante e essencial para todo e qualquer ser humano.
Contudo, reflita sobre o quanto você compreende sobre essa importância e consegue sistematizar esse saber e, mais do que isso, aplicar às situações reais e diárias que enfrenta em sua rotina. A racionalização é essencial.
A racionalização do conhecimento
A fim de que você consiga tornar esse processo de absorção significativo, é preciso que haja a racionalização desse conhecimento. Reflita: você consegue racionalizar e aplicar esse conhecimento em seu dia a dia nos mais diversos contextos?
No caso de nosso exemplo, é necessário que você saiba o quanto o seu corpo mental e físico necessita desse exercício físico, mas não basta recorrer a uma resposta geral e básica.
Pense em questões múltiplas relacionadas à importância dessa prática. Se você consegue compreender essa importância, com toda a certeza você terá chegado no nível dois do conhecimento, que é a compreensão. Você migrou de uma ideia inicial para um conhecimento mais profundo.
Como você já é capaz de articular com esse conhecimento, você não está apenas absorvendo de maneira passiva, mas sim situada, aplicada às situações reais, uma vez que você compreende e interage a partir desse conhecimento adquirido.
Com a compreensão da importância do exercício físico para você próprio, já terá chegado ao terceiro nível, que é a internalização. Apenas captar a ideia da importância e mesmo compreender não significa que você internalizou esse saber.
Esses dois níveis estão ligados a sua capacidade de refletir. A internalização está ligada a sua capacidade de agir e transformar esse conhecimento em prática, em ações reais. A prática é essencial para que você tenha, de fato, internalizado.