Qual a importância da internalização do conhecimento? você de fato internaliza?
Em nossa conversa de hoje iremos discutir sobre o último nível do conhecimento no qual precisamos chegar para que, de fato, possamos agir, isto é, aplicar esse conhecimento captado, compreendido e absorvido em ações e atitudes diárias.
Contudo, antes que nos atentemos ao nível da internalização, convidamos você a refletir mais uma vez sobre os níveis da captação e da compreensão, uma vez que sem ambos, você será incapaz de refletir e, se não consegue isso, também não conseguirá internalizar o conhecimento para que possa agir e transformar esse em ações reais e que são manifestadas em todas as esferas de sua vida.
Nesse contexto, como discutimos nos outros posts, os três níveis caminham de forma articulada e nenhuma dessas etapas pode ser ignorada: após a captação, para chegar no nível da compreensão, isto é, da reflexão sobre esse conhecimento adquirido, antes de tudo, é preciso que se tenha interesse em tentar compreender além daquilo reiterado pelo senso comum. Assim, após a reflexão, vem a ação.
Recapitulando
Antes de compreendermos como o conhecimento internalizado pode ser manifestado, é preciso que entendamos como, de fato, a internalização ocorre. Como mencionamos, antes da internalização, é necessário que você atinja duas etapas, quais sejam: a captação e a compreensão.
No eixo da captação ocorre somente a obtenção de um conhecimento mais geral sobre um determinado assunto. Desse modo, para que você consiga passar para o segundo nível, o da compreensão, é necessário não apenas que você estude esse conhecimento geral de modo a aprofundá-lo, mas que reflita sobre ele.
Nesse sentido, a capacidade de compreender está diretamente associada ao exercício do estudo e da reflexão. Você deve ser capaz de encarar esse conhecimento e lidar com ele da melhor forma, o que implica procurar por respostas profundas.
Assim, será necessário sistematizar esse conhecimento para que, no último estágio, consiga internalizá-lo e agir.
A partir de que momento conseguimos internalizar esse conhecimento?
Saber reconhecer quando é possível internalizar esse conhecimento captado e compreendido é fundamental. A primeira coisa que precisamos ressaltar é que você apenas conseguirá passar para o nível da internalização se o seu conhecimento for profundo o suficiente, o que demanda uma mudança de postura de sua parte.
Por exemplo, você não precisa ser um educador físico para que saiba que a prática do exercício físico é de vital importância para a sua saúde. Assim como, você não precisa ser um profissional para que seja capaz de perceber a relevância de certos cuidados para a sua saúde mental e física.
Contudo, com esse conhecimento captado, se compreendido, este pode ser internalizado de tal forma a ponto de você conseguir agir para tornar a prática dos exercícios físicos uma realidade constante em sua vida. Nesse sentido, é necessário que você tenha em mente qual é o seu nível de conhecimento para que possa tomar uma atitude.
O conhecimento superficial vs conhecimento profundo
Quando falamos sobre conhecimento, entendemos que ele pode ser tanto superficial quanto profundo. Dessa forma, a fim de que você compreenda melhor essa afirmativa, é oportuno destacar que o conhecimento superficial, é aquele conhecimento básico e geral sobre um dado assunto, o qual geralmente é apenas captado e absorvido, no entanto, não é internalizado.
Ao passo que o conhecimento profundo é aquele conhecimento mais especializado, adquirido por meio de estudos mais profundos sobre determinado assunto, a ponto de ser internalizado pelo indivíduo.
Nesse contexto, podemos mencionar como exemplo o conhecimento sobre o sono. Quando um indivíduo tem a consciência de que é preciso dormir todos os dias uma certa quantidade de horas para que tenha mais qualidade de vida, este possui o conhecimento superficial, apenas. Por outro lado, quando este indivíduo tem esse conhecimento, ao ponto de praticá-lo, ele estará manifestando o conhecimento profundo, ou seja, a internalização.
A importância da ação
Sem a ação, o conhecimento não promove mudanças significativas em sua vida diária.
Por exemplo, você não precisa ser um especialista em psicologia comportamental para entender a importância da inteligência e do equilíbrio emocional para você e para suas relações e para buscar, com base nesses conhecimentos, hábitos que te tragam inteligência e equilíbrio emocional.
Assim, em primeiro lugar, você deve absorver a ideia de que a inteligência e o equilíbrio emocional são de vital importância não apenas para a sua vida individual, mas também para fortalecer as relações que tece com as mais diversas pessoas ao seu entorno.
E então buscar, a partir do acesso a esse conhecimento e compreensão do mesmo, por meios de provocar essa mudança tão necessária. Nesse sentido, é daí que se tem a importância da ação.
Não basta somente que você entenda sobre certo assunto, pois, para que se possa causar qualquer tipo de mudança, é necessário que você realize algum tipo de ação com base na compreensão e reflexão do conhecimento.
Aprenda a lidar com o conhecimento absorvido
Você não precisa ser um especialista em nutrição ou até mesmo em gastronomia para saber que a boa alimentação influencia todo o funcionamento de seu corpo. A forma como você se alimenta diariamente irá se manifestar em todo o seu corpo de maneira positiva ou negativa, a depender de como você se relaciona com esse alimento.
É uma questão que está ligada a nutrição de suas próprias células, vitais ao bom funcionamento do corpo. Com isso, podemos perceber que é apenas a ação que é capaz de transformar esse conhecimento absorvido em novos hábitos.
À medida em que trabalhamos com essas informações que chegam até nós, tornamo-nos aptos a lidar com esse conhecimento de uma melhor forma. Contudo, até que você chegue ao nível da internalização, é necessário que você passe por um processo evolutivo, cujo tempo varia de pessoa para pessoa, a depender da sua mentalidade quanto a mudança.
A importância da internalização para ação
Todavia, para que você possa agir, é necessário, antes de qualquer coisa, refletir e compreender aquilo com o que se tem contato ao longo de sua vida, em sua rotina. Por outro lado, não basta somente compreender e refletir sobre esse conhecimento, é importante internalizá-lo.
Suponhamos que uma pessoa que lutava constantemente contra a obesidade e que se encontrava numa situação delicada, a partir disto, decidiu ir a um consultório para obter ajuda. E ao ser atendida, se deparou com um médico que também era, como ele, obeso.
Dessa forma, ao questioná-lo por que não fazia nada contra a obesidade, ele dizia que não queria. Podemos visualizar nessa situação que este médico compreendeu, de fato, o conhecimento sobre aquilo que “orientava”, ao ponto de exercer a função que exige esse conhecimento, no entanto não foi capaz de agir com base nesse conhecimento, colocando em prática em sua vida, a fim de realizar uma mudança em si mesmo.
Os problemas em ser aquela pessoa que você critica
É de suma importância tomar cuidado com as nossas ações, pois elas podem apontar para uma certa incoerência. No caso de nosso exemplo, o profissional médico, também obeso, além de exercer esta função, também fazia parte de associações voltadas ao combate deste problema de saúde em específico.
Também era um cientista renomado na área, publicador assíduo de materiais científicos sobre a temática, porém, não é possível afirmar que esta pessoa internalizou o conhecimento.
Tudo aquilo que estudou por muitos anos não pode ser internalizado, porque a pessoa nada fez com esse conhecimento adquirido para si mesmo. Isso significa que essa pessoa parou no nível da captação e da compreensão, pois não é capaz de agir com esse conhecimento absorvido.
Como eu sei que internalizei bem o conhecimento?
Agindo! O ato de internalizar está diretamente relacionado com a ação após a captação e compreensão de um determinado conhecimento. Suponhamos que uma certa pessoa seja especialista em um dado comportamento, mas, em sua vida diária, ela não replica esse conhecimento que, em tese, combate.
Não é possível dizer que essa pessoa internalizou o conhecimento, pois apenas chegou no nível dois, o da compreensão. É muito mais fácil parar no nível um ou até mesmo dois, pois assim não é preciso agir com esse conhecimento adquirido, pois a falta de ação não incomoda esse sujeito, uma vez que este já está acomodado e acostumado com uma dada situação.
Apenas há internalização a partir do momento em que esse conhecimento adquirido passa a fazer parte de sua própria essência, de modo que você permite que ele o guie ao tomar decisões e, sobretudo, ao agir. Você e o conhecimento se tornam uma coisa só.
A internalização e o conhecimento espiritual
Não é necessário que você seja um padre, bispo, pastor, pai de santo, médium ou qualquer outro líder religioso para que seja muito bem resolvido com a sua espiritualidade. Se você é capaz de permitir que esta religiosidade se manifeste em suas ações diárias, com toda a certeza você terá internalizado esse conhecimento.
Logo, para que você coloque esse conhecimento em prática, é necessário compreender e refletir sobre esta espiritualidade diariamente, pois isto fará com que você consiga internalizar cada vez mais a religiosidade em suas ações.
Dito isso, quando a internalização não ocorre, não são raros os casos de pessoas que pregam, como, por exemplo, sobre o amor e o bem-estar sob um discurso religioso, e, em sua vida diária, vivem agressivas ou infelizes, não tendo amor em suas relações.
A incoerência entre discurso e prática
Ainda com base no nosso exemplo anterior, queremos chamar a sua atenção para a incoerência entre discurso e ação. Recentemente, vimos uma reportagem em que um pastor que, em tese, pregava o amor, a tolerância e o respeito, estava defendendo a morte de uma pessoa pela sua orientação sexual.
A incoerência pode ser vista no fato de que essa pessoa que se dizia cristã e pregava o amor direcionado a toda e qualquer pessoa, na prática, escolheu quem deveria receber esse amor e quem deveria ser repreendido.
Apesar disso, sabemos que o mandamento fundamental é “amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, porém, nesse caso, houve uma clara escolha sobre quem deveria ser respeitado e quem deveria ser julgado, do ponto de vista deste pastor. No entanto, cabe a nós destacar que ninguém deve ser julgado por nada, mas sim respeitado.
O problema em “achar” que captou uma ideia
A partir dos exemplos aqui mencionados, temos uma clara situação em que a pessoa acha que compreendeu uma ideia, isto é, que chegou no nível da compreensão e da reflexão, porém, na verdade, ela se espelha no senso comum e não aprende com esse conhecimento geral absorvido.
Surge daí a incoerência entre discurso e ação de uma pessoa hipócrita. O ego inflado impede que essa pessoa seja capaz de evoluir e chegar ao segundo nível e, se ao menos chega ao segundo nível, é incapaz de internalizar o conhecimento absorvido.
No caso de nosso exemplo do pastor, visualizamos que essa pessoa claramente não internalizou aquilo que pregava. O sujeito pregava um discurso de amor, mas, em sua vida real, ele estava carregado de ódio.
Entretanto, quando você internaliza esse saber, este é, aos poucos, naturalizado e incorporado em sua vida real, tomando forma em suas ações.
A internalização do conhecimento gera mudanças
Após a internalização desse saber profundo sobre os mais diversos assuntos, você se torna capaz de refletir sobre as situações diárias de uma forma natural, mas não para nesse eixo, pois permite que esse saber seja refletido em todas as suas ações diárias, bem como em suas próprias decisões.
Para isso, como temos ressaltado ao longo de nossos posts, é de suma importância que você pratique em todos os dias de sua vida a humildade. Abra a sua mente e permita que esse conhecimento possa ser internalizado.
Nesse processo de mudança, é essencial que você compreenda que nenhum extremo é bom. O maior desafio que temos é a busca pelo equilíbrio constante em todas as esferas de nossa vida.
É crucial que esse equilíbrio seja entre matéria e espírito para que possamos ter mais qualidade de vida. Quando você internaliza o conhecimento, a busca por hábitos saudáveis se torna algo natural.