Por que o mau entendimento dos ensinamentos da Bíblia leva as pessoas a julgarem todos aqueles ao seu entorno?
Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão que pode lhe ajudar a refletir sobre a espiritualidade, ou melhor, sobre como você tem se utilizado de sua relação com a Bíblia para julgar ou não as outras pessoas.
A Bíblia cristã, como temos enfatizado em nossas conversas, é um livro sagrado que tem como objetivo fazer com que os cristãos conheçam a história da própria humanidade do ponto de vista de sua religião.
Contudo, não são raros os casos de pessoas que se utilizam desse conhecimento adquirido para julgar todos aqueles que estão ao seu entorno.
Diante desse problema, ao longo de nossa conversa, iremos chamar a sua atenção para alguns dos malefícios provocados pelas pessoas que se utilizam da Bíblia cristã para julgar as outras pessoas, e, ainda, para gerar algum tipo de situação desagradável, justificando tal “necessidade” a partir de trechos que se encontram ali.
A Bíblia e sua influência em nossas vidas
Este é o quarto post de nossa sequência sobre os livros bíblicos e a sua importância na vida de todo e qualquer ser humano cristão. Ao longo dessa série, esclarecemos os principais aspectos relacionados a Torá e a Tanah que compõem a Bíblia que conhecemos hoje.
O nosso intuito aqui é esclarecer essas questões do ponto de vista da ciência bíblica cristã. Essa sequência é essencial para que compreendamos a grandiosidade de Deus sobre tudo e todas as coisas. Assim sendo, neste último momento, iremos discutir sobre como tudo termina e a influência dos escritos bíblicos em sua vida diária.
Iniciamos a nossa jornada com a história de Moisés que, como sabemos, foi responsável por libertar os israelitas, que conhecemos hoje como judeus, do sistema repressivo do Faraó. Assim, recapitulando, após a libertação deste povo, houve-se a sua divisão em doze tribos e, ainda, a sua separação. A partir disso, demos início a nossa reflexão a partir da Tanah.
O que aprendemos com a Tanah?
Como vimos anteriormente, a Tanah equivale ao Antigo Testamento da Bíblia cristã, e o que aprendemos com ela foi que após a dissolução das doze tribos, restaram apenas as tribos de Benjamim e Judá.
Contudo, como a tribo de Benjamim era menor, acabaram por preferirem ser reconhecidos como Judeus, por pertencerem à tribo de Judá. Dessa forma, passamos a conhecer a história dos judeus. No entanto, vale destacar que, ao mesmo tempo, outros cenários estavam acontecendo ao redor do mundo.
Com isso, devemos chamar a sua atenção para o fato de que a Bíblia segue uma certa linhagem, de modo que conta a história de povos que estavam ligados a genealogia. Entretanto, a essência piedosa de Deus não se concentra em um lugar. Ele está em todos os lugares. É ele quem ajuda os seres humanos a evoluir cada vez mais.
Há diferenças entre a Bíblia judaica e cristã?
A resposta é simples. O que acontece é que a Bíblia cristã é dividida em dois testamentos, o Velho e o Novo, sendo a Tanah equivalente ao Velho Testamento desse livro.
Logo, as histórias tratadas são iguais, onde conta-se sobre as doze tribos, a separação e dissolução dessas tribos e a própria história dos profetas que falavam sobre um Messias que seria responsável pela reconstrução de Jerusalém após a sua terceira queda.
Assim, quando falamos sobre as diferenças entre esses livros, nos referimos que a Bíblia cristã continua a contar a história de outros povos descendentes no novo testamento, em que, após um período interbíblico, que durou de 400 a 600 anos, marcado pela falta de escritos, embora outros escritos tenham sidos desenvolvidos ao longo desse período, o novo testamento passa a contar sobre a história de Jesus e seus milagres.
Posto isso, todo esse processo de construção da história cristã deve ser compreendido para que você seja capaz de entender a própria história de Jesus.
Quem foi Jesus?
A fim de que você possa compreender a riqueza da história de Jesus, antes de tudo, deve compreender toda essa linha temporal que demonstramos ao longo dessa sequência de textos.
Tudo isso é necessário, pois, quando Jesus chegou ao mundo, ele era o rabino. Ou seja, líder religioso de comunidade judaica, mestre, profundo conhecedor da doutrina rabínica. Sendo assim, ele manifestava um conhecimento profundo sobre esse povo que foi libertado. Segundo a visão da própria Bíblia, Jesus foi enviado justamente porque o povo que foi libertado não estava agindo da maneira correta.
Eram pessoas que ainda não haviam entendido a essência dos mandamentos de Deus. Também não haviam entendido a essência do próprio pacto de Deus firmado com os “pais da fé”.
Jesus foi participante ativo na história desse povo. Jesus exerceu um papel de suma importância porque manifestou alguns dos sinais que os próprios profetas já anunciavam sobre aquele que seria enviado para salvar esse povo.
Os ensinamentos de Jesus
Com a chegada de Jesus na humanidade, uma outra ótica é manifestada na Bíblia. Mas antes de nos aprofundarmos nesse assunto, é necessário relembrar que havia dois povos. Os judeus e os gentios.
Os judeus, como já mencionado anteriormente, são descendentes da tribo de Judá. Já os gentios eram todos os outros povos que não eram judeus. Os judeus adoravam a Deus e obedeciam às leis judaicas, enquanto os gentios não.
Contudo, a nova ótica manifestada por Jesus era a de que a salvação era para todos, entretanto, nem todos os judeus queriam entender esse princípio da salvação. Os gentios, por outro lado, ansiavam por essa palavra, por esse conhecimento, queriam beber desta rica fonte.
Jesus não pregava essa palavra de amor, respeito, fraternidade apenas para o povo judeu, mas sim para todos. Eram palavras que refletiam a possibilidade de uma melhoria e condutas sociais que promoviam ações e reações rumo ao amor e empatia.
As pessoas ficaram muito encantadas por essas palavras e, como cristãos, podemos imaginar que a energia emanada por Jesus era muito positiva. Todos queriam estar perto de uma pessoa como tal. Jesus, ao chegar na humanidade, passou a colocar todo o povo em contato com esse conhecimento, não somente os judeus.
As oportunidades oferecidas por Jesus
Em virtude de suas pregações, Jesus colocou todo o conhecimento à disposição do povo além dos judeus. Os gentios foram incorporados no acesso a esse conhecimento e, dessa forma, foram postos em contato com uma série de oportunidades, como o conhecimento do além e da essência.
Também conheceram as manifestações do próprio Deus a partir do seu enviado filho, Jesus.
Contudo, nesse contexto histórico, Jesus não foi aceito pelos judeus como o Messias que aguardavam.
Assim sendo, armaram para que ele fosse morto, isto é, crucificado por um crime que não cometeu. E, após a sua morte, o seu legado contou com doze apóstolos para disseminar sua palavra de fé ao mundo.
Nesse sentido, quanto mais você entender o judaísmo e o Velho Testamento, mais você estará apto para entender que a argumentação dos judeus e dos apóstolos é de cunho teológico.
Os argumentos de Jesus partem de bases inerentes ao próprio judaísmo. Nesse sentido, todos que contestavam o conhecimento do rabi, estavam interessados nas respostas suscitadas por essas bases.
O direcionamento dos apóstolos
Em relação aos livros que contam a história de Jesus, você deve saber que eles não são contados pelo próprio Jesus, mas sim pelos discípulos e apóstolos da sua palavra. A Bíblia Peshitta, por exemplo, menciona sobre quem escreveu esses livros e apresenta um tempo aproximado para estas escritas depois de Cristo.
Posto isso, por meio dos livros sagrados escritos pelos apóstolos somos postos em contato com um novo direcionamento que conta a história da humanidade do ponto de vista cristão.
O foco ainda é no povo judeu, porém, conta-se, agora, não somente toda a história da vinda de Cristo como Messias, mas também sobre o seu ministério e como se deu a continuidade do evangelismo que era pregado naquela época.
Após a crucificação de Jesus, foram os doze apóstolos os responsáveis pela disseminação dessa história e, em um segundo momento, após a morte de todos os apóstolos, por aqueles que ficaram conhecidos como “pais da igreja”.
Entre os doze apóstolos, podemos destacar Paulo. Há toda uma história por detrás da chegada de Paulo à Roma. Como consequência das pregações de Paulo, muitas pessoas se converteram ao cristianismo, pois se identificaram com essa palavra propagada por ele. Eram palavras que atingiam todas as classes sociais, desde os mais ricos até os mais pobres, em situação de miséria.
A crença em Jesus como Messias
Em virtude da propagação dessa palavra a diferentes povos, passou-se a crer no Jesus como Messias. Assim sendo, como consequência dessa disseminação da palavra, uma ampla gama de pessoas passou a acreditar no Messias e, com isso, em seus ricos ensinamentos.
Após isso, cerca de 426 d.C, a Igreja Católica Apostólica Romana reconheceu o cristianismo como a principal religião de Roma, sendo esta oficial. Em 1.517 d.C Martinho Lutero conquistou um poderoso feito para a história dessa religião.
Junto a João Calvino, conseguiu dar vida a uma outra religião de base cristã, o Protestantismo, a qual começou a ganhar força na região da Alemanha, porém, rapidamente, foi dispersa por todo o globo.
Com isso, chegamos na história contemporânea do cristianismo. A partir de tudo aquilo que contamos é preciso que reflitamos sobre o uso da Bíblia para atacar.
O conhecimento bíblico e as suas manifestações
A história da Bíblia é linda, rica e esclarecedora. É uma história sagrada que parte de uma mesma linha de raciocínio do início ao fim para que a história da humanidade seja, de fato, entendida por todos.
Contudo, Deus nunca deixou de existir, de modo que continuou a agir sobre tudo e todos. Deus não julga ou escolhe aqueles que precisam ser salvos e libertos. Os seus milagres, assim como os de Jesus, atingem a todos.
O mundo não para e, desde o início da sua criação, há uma série de situações que acometem a todos. Por outro lado, a Bíblia segue uma mesma linha de raciocínio e conta a história de povos específicos, mas não exclui nenhum outro.
Assim sendo, é preciso que você tenha muito claro em mente que,
quando falamos de Bíblia, é preciso tomar muito cuidado.
Há uma ampla gama de pessoas que acabam por recortar trechos da Bíblia, retirados de seu contexto, para ofender e atacar outras pessoas.
O uso de trechos bíblicos para atacar e ofender e as suas consequências na vida humana
Quando você utiliza os trechos bíblicos para ofender uma pessoa, recai em uma situação muito delicada e, de certa forma, perigosa. O sagrado não foi feito para atacar ninguém, mas sim para pregar o amor, o afeto, a fraternidade, a empatia, dentre outros valores humanos vitais.
É algo que faz mal tanto para as pessoas que julgam os outros aplicando os trechos da bíblia para inserir esse outro em uma posição de inferioridade quanto para aqueles que são alvos de tais ataques.
É de suma importância que não utilizemos um conhecimento sagrado para atitudes tão ruins e maldosas. Esse é um ideal que vai de encontro a uma ideologia oposta àquela defendida com a sua criação.
A Bíblia é um livro moral e que apresenta condutas positivas para que possamos viver com harmonia e fraternidade. A Bíblia conta a história de pessoas que, assim como nós, são comuns.
Essas tiveram alguns comportamentos diferenciados de acordo com a concepção de vida de cada época histórica associada ao povo que teve contato com tais ensinamentos bíblicos. Há, ali, muitos e muitos ensinamentos.
Esses devem ser utilizados para boas práticas humanas. Dessa forma, podemos citar aquele que diz que devemos amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todo o nosso entendimento sobre esses ensinamentos, pois quando você ama a Deus sobre todas as coisas, você passa a agradá-lo, praticando, em seu dia a dia, o bem.
Além disso, precisamos amar a nós mesmos, porque somos a manifestação dele, e o próximo, pois ele, assim como você, manifesta Deus de maneira singular.